quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Exposição no MASP




A ARTE DO MITO
Mito, arte, realidade

O mito é o nada que é tudo, diz um verso de Fernando Pessoa em Mensagem. O homem é um animal que se conta histórias, é isso que o diferencia entre as espécies. E o mito é uma das primeiras histórias, das primeiras formas do sentido, que o homem se deu. Jacob Bryant, citado por Edgar A. Poe no famoso conto sobre a carta roubada, escreveu que nos esquecemos de que não acreditamos nas fábulas e continuamos agindo a partir delas como se fossem realidades existentes.
O mito começou a entrar para a realidade primeiro na literatura oral e, depois, por aquilo que se chama arte. Toda a primeira grande arte da humanidade, a chamada arte clássica, depende do mito que, assim, se na arte não é tudo, por certo é muita coisa. E é um gênero que, com a paisagem, a natureza morta e o retrato, orienta a nova exposição permanente do MASP. Um gênero feito de obras na aparência fáceis de entender. Tudo nelas parece familiar. Mas, o que mesmo diz O julgamento de Paris ou o Himeneo de Poussin?
Esta mostra propõe uma reapropriação sensível destas fábulas que continuamos a tratar como realidades. A coleção do MASP é rica neste gênero e iniciar por ele a comemoração de seus 60 anos era uma evidência, em dupla homenagem à arte e àquilo que, diz Pessoa, "sem existir nos bastou / por não ter vindo foi vindo / e nos criou": o mito, essa carta roubada (que nos roubamos) e que no entanto segue à vista - bem oculta.

Teixeira Coelho
Curador-coordenador, MASP

Exposição A Arte do Mito Informações Gerais:
Período: a partir de 21 de julho de 2009 (sem previsão de encerramento, acervo permanente do MASP)
Horários: De terças-feiras a domingos e feriados, das 11h às 18h. Às quintas-feiras, das 11h às 20h
Ingressos: inteira R$ 15,00, estudantes: R$ 7,00. Gratuito até 10 anos e acima de 60 anos. Às terças-feiras a entrada é gratuita para todos.
Classificação etária: Livre

Áreas de atuação do arquiteto

Paisagismo

Projeto de espaços públicos e áreas livres, como praças, parques e bosques, ou ainda de fachadas e jardins residenciais em áreas particulares. A preocupação é com a composição estética da paisagem combinada com a arquitetura.

Arquitetura de interiores

Interferência na estrutura interna de uma construção. Numa empresa, o profissional organiza o espaço interno, interferindo na produtividade e na qualidade do local de trabalho.

Comunicação visual

Criação da identidade visual de empresas e de produtos. Nas cidades, o arquiteto trabalha com questões como poluição visual e visualização de placas. Pode atuar também em desenho industrial, cenografia e cinema.

Tecnologia de construção

Pesquisa e escolha de materiais e de técnicas de construção, melhorando, por exemplo, o aproveitamento da luz e a climatização do ambiente. É fundamental para a redução dos gastos de energia elétrica (iluminação, ar-condicionado).

Projeto

Projeção de edifícios, tendo em vista a funcionalidade, a estética e a técnica. Destaque para construções populares, cujo déficit no país é de cerca de 10 milhões de unidades, de acordo com o presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), Wilson Lang.

Preservação do patrimônio

Especialização no conhecimento de técnicas e materiais de restauro, sempre com a preocupação de não danificar as características originais dos edifícios históricos.

(Dubai)

Urbanismo

Planejamento da cidade, da região ou do bairro. Engloba transportes, saneamento básico e criação de conjuntos habitacionais. O profissional lida com legislação e tem forte atuação política.

(texto retirado da folha de são paulo)

Rumo a um futuro mais sustentável: Arquitetura de Baixo Impacto Humano e Ambiental

Por Roberta C. Kronka Mülfarth

Será que a garantia de utilização de matéria-prima para as gerações futuras estaria nas mãos dos arquitetos, dos engenheiros, dos paisagistas e dos profissionais da área? Será que cabe a nós a manutenção de vida no planeta? Para muitos pesquisadores a resposta é sim. O fato de o ambiente urbano - com suas construções, atividades, serviços e transportes - utilizar mais de 50% das fontes mundiais de energia, ser responsável por grande parte da emissão de gases causadores da mudança climática e consumir grande parte da matéria-prima existente no planeta reforça esta afirmação.

Os níveis alarmantes de poluição, de violência, de fome, de escassez de água e de energia, de elevação da temperatura global e de danos à camada de ozônio, entre outros, fazem-nos acreditar que as mudanças ambientais induzidas pela atividade humana excederam o ritmo natural da evolução, fazendo com que tenhamos que buscar, urgentemente, formas para nos adequar aos problemas que estamos criando com tamanho descontrole.

Todo o quadro de colapso do Meio Ambiente além do agravamento do perfil social, tem feito com que as questões relacionadas ao impacto de uma edificação se tornem cada vez mais rígidas e complexas. Neste contexto surge a "sustentabilidade" termo amplamente utilizado - e até banalizado, não só por sua imprecisão, mas principalmente pelo desconhecimento de uma área ainda tão pouco explorada.

Materiais construtivos com baixo índice de energia embutida, painéis fotovoltaicos, energia eólica, biodigestores, teto verde, permacultura, células de combustível, geradores de energia eólica, reciclagem, consumo verde, edifícios inteligentes, armazenamento da água da chuva, reutilização das águas cinzas, técnicas passivas de condicionamento térmico, pegada ecológica, adensamento dos grandes centros, arquitetura da terra, aumento das áreas de drenagem, diminuição do impacto da construção, utilização de materiais construtivos provenientes da localidade, planejamento na fase de projeto, eletrodomésticos com baixo consumo de energia....

O que fazer diante deste universo de possibilidades? Qual é o melhor caminho? Como avaliar, quantificar e justificar os aspectos ambientais de determinada decisão se os econômicos ainda são, atualmente, os mais determinantes? O que deve ser feito para inclusão de novos valores, não só na arquitetura, mas também na sociedade?

Vários autores já apontam para a existência de "níveis de sustentabilidade", ou seja, embora não haja ainda um consenso do que realmente seja, já se identificam etapas a serem cumpridas neste processo de busca de uma arquitetura com menor impacto. Inicialmente, volta-se para aspectos relacionados somente à edificação, consumo de água, energia e materiais construtivos; em uma segunda fase o edifício já estaria inserido em um entorno, passando a existir maior preocupação com os impactos na fauna e flora, transporte, qualidade do ar e na comunidade em questão; e finalmente como etapa final, a fase em que não só estes aspectos já citados estariam incorporados, mas principalmente mudanças estruturais profundas em toda a sociedade, com a alteração de hábitos e estilos de vida, chegando finalmente a um modo de vida sustentável.

Esta "Nova Arquitetura" - Ecológica, Verde, Sustentável, de Baixo Impacto Ambiental - deve não só minimizar os impactos gerados no Meio Ambiente, mas principalmente integrá-la aos ciclos naturais da biosfera de forma a criar efeitos positivos, sendo um agente renovador, reparador e restaurador. Além disso, a Arquitetura tem o papel de manter e gerar o bem-estar da sociedade, promovendo meios de garantir a satisfação dos aspectos sociais, culturais e econômicos.

Vários pesquisadores vêm trabalhando na criação de métodos para facilitar a incorporação destas "novas" variáveis na arquitetura. É necessário que os arquitetos e profissionais da área tenham elementos para tomarem decisões conscientes em seus projetos, pesando as variáveis econômicas e ambientais de acordo com as possibilidades.

Metas sociais e ambientais a serem atingidas em um projeto são cada vez mais presentes. Segundo o Rocky Mountain Institute, os principais elementos do "desenvolvimento verde" seriam: responsabilidade ambiental, eficiência na utilização dos recursos disponíveis, sensibilidade cultural e comunitária e integração da ecologia nos empreendimentos imobiliários. Os principais benefícios decorrentes destas práticas seriam: redução dos custos de investimento e de operação, imagem e diferenciação do produto, redução dos riscos, mais produtividade e saúde, novas oportunidades de negócios e satisfação de estar fazendo a coisa correta.

Vários estudos apontam para as vantagens econômicas advindas da utilização das práticas de baixo impacto ambiental e humano nas etapas de projeto. Além de avaliar as oportunidades locais de desenvolvimento econômico a partir da utilização de métodos de menor impacto ambiental, sugerem os principais aspectos a serem abordados em uma edificação, onde se procura analisar os benefícios para a utilização dos edifícios de baixo impacto ambiental integrados ao meio ambiente.

Tudo indica que o sistema de treinamento de projeto (englobando todas as fases do ciclo de vida da edificação-projeto, construção, uso, operação, reciclagem e/ou demolição), que é um processo de síntese, é o caminho para a formação de profissionais que terão em seu repertório soluções integradas que levem também em conta as questões de sustentabilidade.

A crescente e gradativa utilização de tecnologias limpas como a energia solar e eólica, o uso da água da chuva e a reutilização das águas cinzas e negras - através do desenvolvimento tecnológico e até pelo aumento de consciência dos profissionais e da população - são reflexo de um natural encaminhamento para soluções mais "sustentáveis", onde práticas de um menor impacto ambiental já estão sendo incorporadas.

Acreditamos que a principal tarefa dos profissionais ligados à construção neste momento onde a ação do Homem na natureza tornou-se insustentável reside não só nos aspectos funcionais, bioclimáticos e operacionais das edificações, mas principalmente no desafio de implantar um novo modo de vida. Cabem aos profissionais contribuições não só nos aspectos ambientais, mas principalmente nos sociais. Esta "nova arquitetura" só será viável com base de novos paradigmas.

* Roberta C. Kronka Mülfarth é arquiteta formada pela FAU/USP, mestra em Energia pelo IEE/USP e doutora em Estruturas Ambientais Urbanas pela FAU/USP. Atualmente é pesquisadora do NUTAU - Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo na área de Sustentabilidade. E-mail para contato: rkronka@usp.br

Retirado do site www.soarquitetura.com.br

Entrevista com o arquiteto Paulo Pinheiro


Paulo Pinheiro e Beatriz Gusmão, do escritório Pinheiro Gusmão, são conhecidos por atuarem em diversas áreas da Arquitetura. Paulo conta que a escolha da profissão aconteceu de forma natural, já que, desde cedo brincava de desenhar, o que facilitou a escolha da profissão. Com Beatriz, no entanto, o processo se deu de forma diferente. Oriunda de família de engenheiros, Beatriz estava prestes a seguir essa profissão quando a partir de um teste vocacional, descobriu que possuía habilidades para as áreas de Belas Artes e Arquitetura, o que a levou a optar por esta última.

SoArquitetura __ Qual a atitude do arquiteto diante de um projeto inusitado?

Paulo Pinheiro __ O profissional de Arquitetura deve dar importância à pesquisa e ter bom senso para associar funcionalidade à estética. No início do curso de Arquitetura recebi um pedido um tanto esquisito: realizar o projeto de construção de um matadouro na cidade onde fazia faculdade. Não sabendo como um matadouro funcionava, precisei pesquisar em bibliotecas e locais similares. Nesse caso específico, a funcionalidade era a de adequar estruturas apropriadas a melhores condições de higiene na hora de projetar o local, utilizando materiais de fácil limpeza, que possuíssem leveza e rapidez na colocação.

SoArquitetura __ Que outros fatores além da funcionalidade e estética são importantes para a concretização de um bom projeto?

Paulo Pinheiro __ Atuando em Arquitetura de Interiores, desenvolvemos a noção de visualização mais abrangente na hora de fazer a planta de um projeto. Outro fator importante é a iluminação, que valorizamos muito, pois serve tanto para chamar a atenção para um determinado projeto, quanto para dar a sensação de amplitude.

SoArquitetura __ Como vocês vêem a relação arquiteto x cliente?

Paulo Pinheiro __ Durante o desenvolvimento do projeto o arquiteto chega a ser uma espécie de psicólogo, pois precisa conhecer de perto os hábitos e costumes do cliente para adequá-los ao projeto, respeitando os gostos e necessidades de cada pessoa.


Ficha Técnica
Paulo Pinheiro é formado pela faculdade de Barra do Piraí (1975), com curso de Paisagismo pelo IBAMRJ - e curso de Concreto Armado e Protendido pelo Sindicato de Engenheiros do Estado do Rio. É ex-diretor do Departamento de Arquitetura da linha indústria e comércio. Atua em escritório próprio desde 1975 e já realizou mais de 100.000m de projetos de arquitetura nos seguintes Estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

Beatriz Gusmão é formada pela faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ (1977), com curso de Paisagismo pelo SEAERJ. Perspectiva com Maurício Porto/IAB/RJ e Seminário Nacional de Projetos de Hotéis e Turismo/ SPIAB/EMBRATUR Premiada no concurso “Proposição para Nova sede no Flamengo”. Atuou no escritório GAP, participando do projeto da Cia. Internacional de Seguros. Foi arquiteta também da ETEP, participando do projeto Michelin e Porto Velho – RO. Integrou a equipe de Arquitetura da Tecnosolo no Projeto de Ampliação do Aeroporto de Brasília.


Edição: Claudia Alvim ( entrevista produzida e publicada pelo site www.soarquitetura.com.br)

Arquitetura? O que é ?



Um breve comentário de Manoel Coelho, sobre o que é ser arquiteto.
Entrevista retirada do site http://www.jornale.com.br/